Características
epidemiológicas de casos de câncer de boca registrados em hospital de Uberaba
no período 1999-2003: um alerta para a necessidade de diagnóstico precoce
Ficha de Citações por Ícaro Meneses
Cassimiro, G. de A. D.; Araújo, G. P.; Carolina, A. D’A. O.; Rev. bras. epidemiol. vol.11 no.4 São Paulo Dec. 2008
“Foi
realizado estudo de 101 casos de carcinoma epidermóide de boca registrados em
Hospital de Uberaba, no período de 1999 a 2003. Informações sobre sexo, idade,
cor de pele, nível instrucional, tabagismo, etilismo, uso de prótese,
localização da lesão, estado da doença ao final do seguimento, estádio clínico
e origem do encaminhamento foram obtidos dos prontuários e analisados
estatisticamente pelos testes de correlação linear, Qui-quadrado, t-Student e
Kaplan-Meier. A relação homem/mulher foi de 3,8:1. A faixa etária prevalente
foi de 50 a 60 anos, com a idade média de 58,55 anos para o sexo masculino e
54,66 anos para o sexo feminino; 88,12% eram caucasianos. A língua foi a
localização anatômica mais freqüente; 74,48% estavam nos estádios III e IV. A
sobrevida em 5 anos foi de 38,71%. Os baixos índices de sobrevivência e o
grande percentual de estádios III e IV refletem a necessidade de uma maior
atenção ao câncer bucal nessa população.”
“Há um sistema de estadiamento clínico que foi desenvolvido segundo a classificação da International Union Against Cancer- UICC15. Este sistema, conhecido como TNM, tem como base a avaliação da dimensão do tumor (T), a extensão da disseminação em linfonodos regionais (N) e a presença ou não de metástase à distância (M). A combinação das diversas variantes de T, N e M determinam os estádios que variam de I a IV. A divisão de casos de câncer em grupos, de acordo com os estádios, deveu-se ao fato de as taxas de sobrevivência serem maiores nos casos em que a doença estava localizada e menores quando havia se estendido além do órgão de origem15.”
“De
acordo com o Ministério da Saúde, Sistema de Informações Hospitalares do SUS
(SIH/SUS), Morbidade Hospitalar do SUS, por local de residência, de 1999-2003,
temos as seguintes taxas de mortalidade para neoplasia maligna do lábio,
cavidade oral e faringe, no período supra-citado (relacionando-se a quantidade
de óbitos sobre o número de Autorizações de Internações Hospitalares- [AIH]
pagas, vezes 100): a região Sudeste do Brasil apresentou taxa de mortalidade
por região, de 11,34, enquanto para o Estado de Minas Gerais, verificou-se a
taxa de 9,1420. Cumpre ressaltar que, na região Sul do Triângulo
Mineiro, no mesmo período, o valor da taxa de mortalidade, por Macrorregional
de Saúde, foi de 9,94 (valor superior ao do Norte do Triângulo Mineiro que
apresentou o valor de 7,04)21. A macrorregional de Uberaba, no mesmo
período, apresentou a taxa de mortalidade de 11,0921. Diante do
exposto, julgou-se de interesse da saúde pública proceder um estudo
epidemiológico em Uberaba-MG , no período de 1999 a 2003.”
“A
estimativa da probabilidade de sobrevida em relação ao encaminhamento
profissional (médico e cirurgião-dentista) não foi possível devido ao pequeno
número de eventos, o que não permite uma análise evolutiva a partir do
encaminhamento profissional.”
“A
maioria dos que se concentravam no estádio T4 evoluiu para o óbito (63,04%). A
taxa global de sobrevida em 5 anos foi de 38,71%, e o tempo mediano de
sobrevida foi de 23 meses. É necessária uma maior atenção ao câncer bucal nessa
população, com intervenção dos profissionais de saúde e órgãos públicos para
que se possa estabelecer o diagnóstico precoce dessas neoplasias para o tratamento.”
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