A
família e o processo de adoecer de câncer bucal
Ficha de Citações por Ícaro Meneses
Cristina, M.B.; Ronald, F.B.L.;
Eulálio, J.C.F.; Maria, Z. De M.; Cardoso, O. Psicol.
Estud. vol.10 no.3 Maringá Sept./Dec. 2005
“Considerando-se
que a família participa na iniciação de comportamentos sociais dos indivíduos,
o presente estudo teve como objetivo investigar sua participação na adoção de
hábitos considerados como fatores de risco para o câncer. O perfil
sociodemográfico da população estudada (32 mulheres portadoras de câncer bucal)
caracterizou um quadro de pobreza social. Dentre os fatores de risco associados
à doença predominaram o fumo e o álcool. Concluiu-se que a família, através dos
processos de aprendizagem social e identificação, tiveram uma participação
importante quanto à adoção das atitudes de risco.”
“Conforme
Minayo (1996), o trabalho de Levi-Strauss indica que as representações de saúde
e doença manifestam, de forma específica, as concepções de uma sociedade como
um todo, revelando a coerência ou as contradições de sua visão de mundo e de
sua organização social. Segundo a autora, do ponto de vista do senso comum, o
individuo é responsável por ter adoecido através de fatores hereditários e de
comportamento sobretudo a partir da sociedade, isto é, do equilíbrio entre as
relações sociais de determinado grupo e dele com seu meio, onde o grupo
familiar se insere.”
“Em
relação ao tabagismo, 70% das participantes afirmaram já ter fumado e a maioria
destas (77,3%) havia começado a fumar na infância. Apenas 9,1% disseram ter-se
iniciado no vício com os amigos, 36,4% com parentes e a maioria (54,4%) com os
pais. Vinte e nove participantes (96,6%) tinham fumantes no grupo familiar.
Quanto ao etilismo, 18,8% faziam uso de bebida alcoólica e 37,5% eram
ex-etilistas. No que se refere ao início desse vício, 16,7% haviam começado a
fazer uso de bebida alcoólica na infância, sendo que 16,7% começaram por
influência dos pais e 88,4% tinham outras pessoas no grupo familiar que
consumiam álcool. Quanto aos dados relativos à higiene oral, 27,6% informaram
ter iniciado o hábito de escovar os dentes na adolescência e 9,4% nunca os
tinham escovado. Quanto às próteses dentárias, 34,4% das participantes
relataram utilizá-las, sendo que destas, cinco eram usuárias desde a
adolescência.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário