sábado, 4 de junho de 2011

Gincana Genética: Tarefa 03 - Fichamento 4


Perfil da incidência e da sobrevida de pacientes com carcinoma epidermóide oral em uma população brasileira

Ficha de Citações por Ícaro Meneses

Roberto, L. de O.; Ribeiro, A. S.; Zucolotto, S.; J. Bras. Patol. Med. Lab. vol.42 no.5 Rio de Janeiro Oct. 2006


“Dos 340 pacientes 84,4% eram homens e 15,6%, mulheres (5,4:1). As lesões linguais foram as mais freqüentes (27,9%). Vinte por cento dos pacientes relataram traumatismo por prótese e em 73,8% das lesões em lábio inferior foi relatada exposição actínica desprotegida. Não houve diferença entre as regiões anatômicas e o consumo de tabaco em relação a recidivas, metástases regionais e metástases à distância. O tempo médio de história pregressa foi de 13 meses, havendo diferença entre as regiões anatômicas. A sobrevida em cinco anos foi de 24%. A sobrevida dos pacientes com recidivas e/ou metástases variou conforme a idade analisada (< 60 ou > 60 anos), mas não houve diferença quanto à história pregressa e às regiões anatômicas. A discrepância homem/mulher encontrada foi alta, diminuindo conforme o aumento da idade. O consumo de tabaco e álcool é elevado nessa população, mas não influenciou as recidivas e as metástases da doença. Foi grande o tempo de evolução das lesões até a procura pelo serviço.”

“A maioria dos estudos envolvendo lesões orais não separa as regiões específicas dentro da cavidade oral. No entanto, as localizações mais comuns relatadas são terço anterior da língua, lábios, assoalho bucal e palato duro(14). É de fundamental importância a distinção da região da orofaringe, que inclui palato mole, base da língua, região tonsilar e faringe posterior, onde as características clínicas, o prognóstico da lesão e a sensibilidade à radioterapia são distintos(14, 34).”

“De acordo com as estatísticas mundiais, no ano 2002, aproximadamente 274 mil novos casos de câncer bucal foram diagnosticados e cerca de 128 mil pacientes foram a óbito por esse tipo de neoplasia. A região de maior incidência é a Melanésia (31,5 casos por 100 mil homens e 20,2 casos por 100 mil mulheres), seguida pelo Sul da Ásia (12,7 casos por 100 mil homens e 8,3 casos por 100 mil mulheres)(35).”

“No Brasil, o câncer de boca é o oitavo tipo de câncer mais freqüente entre os homens (9.985 casos estimados/ano) e o nono entre as mulheres (3.895 casos estimados/ano)(17) e suas taxas de incidência e mortalidade vêm aumentando, sendo consideradas das mais altas do mundo. Para o ano de 2005, segundo estimativas do INCA, cerca de 14 mil novos casos seriam diagnosticados, sendo 60% deles na Região Sudeste(17).”

“O estado de São Paulo possui uma das maiores taxas brutas de incidência no país para cada 100 mil habitantes, sendo de 17,77 e 5,59 para os gêneros masculino e feminino, respectivamente(17). Além disso, concentra 32% e trata cerca de 42% de todos os casos de câncer bucal do país(17). Já a cidade de São Paulo possui a maior taxa de incidência do continente americano, com 25,3 e 4,9 para os gêneros masculino e feminino, respectivamente(51).”

“Os resultados obtidos acompanham outros estudos nacionais, onde Pithan et al.(39) encontraram 400 casos em 26 anos de estudo e Souza et al.(45) estudaram 654 casos num período de 22 anos. Em um outro estudo retrospectivo de 11 anos(13) foi relatada a ocorrência de 740 casos. No entanto, esses estudos incluem também algumas lesões em orofaringe, como palato mole e base de língua.”

“Os baixos índices de sobrevida encontrados refletem a necessidade de maior atenção ao câncer bucal nessa população. A investigação do perfil e da sobrevivência dos pacientes de acordo com as regiões anatômicas específicas fornece bases científicas para orientar campanhas de prevenção educativas para o diagnóstico precoce e tratamento dessa doença, que quase sempre começa num local de fácil visualização e inspeção para o próprio paciente.”

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