sábado, 4 de junho de 2011

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Gincana Genética: Tarefa 03 - Fichamento 10


Análise de sobrevida global em pacientes diagnosticados com carcinoma de células escamosas de boca no INCA no ano de 1999

Ficha de Citações por Ícaro Meneses

Honorato, J.; Resende, D. C.; Esmeraldo, L. da S.; Luiz, F. D.; Antônio, P. S. de F.;  Queiroz, S. C. L.; Rev. bras. epidemiol. vol.12 no.1 São Paulo Mar. 2009

 

“O carcinoma de células escamosas de boca compreende cerca de 90 a 95% de todas as neoplasias malignas da boca e é um dos tipos de câncer mais frequentes no Brasil. O índice de sobrevida em 5 anos é baixo e permaneceu estável nas últimas décadas, apesar dos avanços nas terapias. O objetivo deste estudo foi analisar o perfil e a sobrevida global dos pacientes diagnosticados com carcinoma de células escamosas de boca no ano de 1999 no Instituto Nacional de Câncer. Dos 320 pacientes incluídos no estudo, 79,4% eram homens. A idade média foi de 56,7 anos, e 82,2% deles fumavam e/ou bebiam. A língua, seguida do assoalho de boca foram os locais mais acometidos. A maioria (68,9%) dos pacientes foi diagnosticada em estádios tardios e submetida à radioterapia exclusiva (53,6%). A sobrevida média no período do estudo foi de 29,4 meses. Os pacientes dos estádios iniciais apresentaram maior sobrevida, assim como aqueles submetidos apenas à cirurgia como forma de tratamento e os que não apresentaram linfonodos acometidos ao diagnóstico. Tumores localizados em palato duro e mucosa jugal apresentaram pior prognóstico. Foram fatores preditivos independentes de melhor sobrevida os tumores T1 ou T2 (p=0,001), sem acometimento de linfonodos (p=0,012) e não localizados em mucosa jugal (p=0,021). O diagnóstico do câncer oral ainda se faz em estádios tardios, o que influencia negativamente a sobrevida global dos pacientes. Maior ênfase deve ser dada à capacitação dos profissionais para o reconhecimento precoce do câncer e à conscientização da população de risco.”

“A mortalidade por doenças crônico-degenerativas vem mostrando uma ascensão progressiva, destacando-se, entre elas, as neoplasias malignas, que correspondem à segunda causa de morte no Brasil, excluindo as causas externas. O câncer de boca está entre os dez tipos de câncer mais frequentes no Brasil e a estimativa de incidência para 2009 no Brasil aponta esse tumor como o 5º mais frequente entre os homens (com 10.380 casos estimados) e o 7º entre as mulheres (com 3.780 casos estimados)1.”

“A partir desses dados, constata-se que o câncer de boca se mostra como um problema de saúde pública e a realização do diagnóstico precoce e do pronto tratamento representam não só uma forma de prevenção secundária, mas também um meio de aumentar a sobrevida dos pacientes acometidos.”
“Para o carcinoma de células escamosas (CCE) de boca, o estadiamento clínico e a localização do tumor, assim como a gradação histopatológica de malignidade demonstram ser importantes indicadores de prognóstico2,3. A localização anatômica da lesão deve ser considerada como um bom indicador, já que os tumores apresentam comportamentos diferentes dependendo da sua localização2.”

“As descrições estatísticas das características colhidas dos prontuários foram apresentadas através de proporções ou médias (± erro padrão), conforme a natureza das variáveis.”

“As taxas de sobrevida permanecem baixas na população estudada e o perfil epidemiológico dos pacientes condiz com o já descrito na literatura. A ausência de linfonodos acometidos ao diagnóstico e tumores de pequeno tamanho indicam melhor sobrevida, enquanto a localização em mucosa jugal indica pior sobrevida global. Isso justifica o estudo de fatores diagnósticos e prognósticos para o CCE de boca, além de campanhas e projetos que incentivem e promovam o diagnóstico precoce dessa neoplasia entre os profissionais da saúde. Também deve haver a conscientização da população a respeito dos fatores de risco e da importância da realização de exames periódicos de inspeção da cavidade bucal.”

Gincana Genética: Tarefa 03 - Fichamento 9


Mortalidade por câncer de boca e condição sócio-econômica no Brasil

Ficha de Citações por Ícaro Meneses

Muniz, D. de L. B.; Fernandes, M. de S.; Ângela, M. F. F.; Giuseppe, A. R.; Cad. Saúde Pública vol.25 no.2 Rio de Janeiro Feb. 2009

 

“As doenças crônico-degenerativas representam um grande problema de saúde pública, necessitando de levantamento e controle mais efetivos destas enfermidades por parte dos órgãos públicos. O objetivo deste estudo foi correlacionar os índices de mortalidade por câncer oral nas capitais do Brasil no período de 1998 a 2002 com indicadores sócio-econômicos do Censo Demográfico de 2000, por meio de um estudo do tipo ecológico. Os dados foram extraídos do Sistema de Informação de Mortalidade (Ministério da Saúde/DATASUS), para os anos de 1998-2002. Os indicadores sócio-econômicos foram obtidos a partir do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. Após coleta dos dados, a análise estatística foi realizada usando-se o índice de correlação de Pearson. Observaram-se correlações positivas e significativas entre os indicadores sócio-econômicos (Índice de Desenvolvimento Humano-Municipal - IDH-M, IDH-M renda, IDH-M educação, IDH-M longevidade e renda per capita), e correlação negativa e significante para os indicadores sócio-econômicos índice de Gini e mortalidade infantil. Apesar das limitações do estudo e da provável problemática de sub-registros nas capitais menos desenvolvidas, o presente trabalho encontrou correlações estatisticamente significantes entre os indicadores sócio-econômicos selecionados e o índice de mortalidade por câncer oral.”

“O câncer é uma enfermidade crônica degenerativa que apresenta um crescimento desordenado (maligno) de células, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo. O termo "câncer oral" pode ser encontrado na literatura como sendo todos aqueles tipos de cânceres localizados na cavidade oral, incluindo a orofaringe, apresentando, como sítios anatômicos, de acordo com a Classificação Internacional das Doenças - CID, a base da língua (C01), outras partes não especificadas da língua (C02), glândulas salivares (C07/C08), gengiva (C03), assoalho da boca (C04) e palato (C06) 1.”

“Os óbitos registrados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM/Departamento de Informática do SUS - DATASUS), Ministério da Saúde, referentes a 1991-2002 demonstram que a mortalidade proporcional por câncer oral, dentre o total das neoplasias, se mantiveram entre 1,80% e 2,55%. Tais porcentuais oscilaram em todas as capitais brasileiras, sendo a maior predominância no sexo masculino, que é responsável por 73% dos óbitos ocorridos. Os coeficientes de mortalidade para o sexo masculino se mantiveram entre 3,73 e 4,12 (por 100 mil habitantes) enquanto que para o feminino eles se conservaram entre 0,75 e 1,07 2.”

“Com relação à incidência de câncer no Brasil, a estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) para 2008 nas capitais brasileiras é de que o câncer oral acometerá 3 mil homens, consistindo na quarta localização anatômica. Para as mulheres, no entanto, serão atingidas 1.140 residentes nas capitais, correspondendo à quinta localização anatômica mais freqüente 3.”

“A etiologia dessa neoplasia é multifatorial e, apesar de todo o avanço tecnológico obtido até o momento, os agentes etiológicos para o câncer ainda são uma incógnita. Dentre os fatores de risco do carcinoma oral, pode-se citar os extrínsecos - as substâncias químicas (tabaco, álcool), agentes físicos (traumas mecânicos) e biológicos - e os intrínsecos, que correspondem aos estados sistêmico ou geral do indivíduo 4. Como fatores de proteção, alguns estudos observaram que o consumo de frutas e de vegetais consiste em medidas efetivas contra o câncer oral 5,6,7.”
“A inter-relação da dependência do álcool e do tabaco em indivíduos de baixa renda vem sendo comprovada, mostrando que diferentes medidas de concentração de renda estão diretamente relacionadas aos indicadores de saúde. Grupos populacionais de baixa renda tendem a ter precárias condições de saúde bucal, como também carências nutricionais, que são achados comuns entre os casos de cânceres oral e de faringe 8,9.”

“Nesse sentido, pretende-se descrever e analisar os índices de mortalidade por câncer oral nas capitais do Brasil e correlacionar com indicadores sócio-econômicos.”

“Um maior desenvolvimento sócio-econômico e o conseqüente aumento da esperança de vida parecem justificar a correlação entre a mortalidade por câncer e altos indicadores sociais. No entanto, devem-se considerar as limitações próprias de um estudo do tipo ecológico, além dos sub-registros verificados nas capitais menos desenvolvidas.”

Gincana Genética: Tarefa 03 - Fichamento 8


Epidemiologia do câncer de boca em laboratório público do Estado de Mato Grosso, Brasil

Ficha de Citações por Ícaro Meneses

Tonaco, F. B.; Adas, C. S. G.; Aburad, A. de C.; Henrique, P. de S. C.; Regina, L. da C. H.; Cad. Saúde Pública vol.24 no.9 Rio de Janeiro Sept. 2008

 

“O objetivo deste trabalho foi analisar a epidemiologia do câncer de boca, dos casos diagnosticados pelo laboratório público do Estado de Mato Grosso, Brasil, após a instituição da política de atenção às doenças da boca e da face do estado. Trata-se de um estudo epidemiológico transversal. O objeto estudado foi o laudo histopatológico, pesquisando-se um total de 1.324 laudos emitidos entre janeiro de 2005 e dezembro 2006. Verificaram-se os casos de câncer de boca, o seu percentual em relação ao universo das lesões bucais e as seguintes variáveis: tipo histológico, sexo, idade e procedência dos pacientes (capital ou do interior). Após a análise dos dados verificaram-se 44 lesões de câncer de boca, representando 3% dos diagnósticos. O tipo histológico mais incidente foi o carcinoma epidermóide. A maioria dos diagnósticos foi referente aos homens na 5ª e 6ª décadas de vida residentes no interior do estado. Conclui-se com este estudo que em dois anos de funcionamento o serviço público de patologia bucal registrou um considerável número de casos de câncer de boca.”

“Estudos relacionam a associação entre o câncer de boca e a pobreza, onde os indicadores de mortalidade e morbidade são ruins nas áreas de baixo nível sócio-econômico 2. Sturgis 1, Oliveira et al. 3 e Carvalho et al. 4 destacam que as características culturais do povo, o nível sócio-econômico da sociedade e o grau de acesso ao tratamento e tecnologia nos serviços públicos de saúde determinam a variação da incidência do câncer de boca no mundo. Em países desenvolvidos, o câncer de boca apresenta taxas de incidência e mortalidade menores quando comparados aos países em desenvolvimento 4.”

“O Estado de Mato Grosso conta com 141 municípios distribuídos em 903.357.908km2 de extensão territorial, com uma população estimada de 2.803.274 em 2005 (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=mt, acessado em 10/Fev/2008). Segundo dados do IBGE, o estado possui um total de 1.255 estabelecimentos públicos de saúde (IBGE)http://www.ibge.gov.br/estadosat/temas.php?sigla=mt&tema=servicossaude&titulo=Servi%E7os%20de%20sa%FAde%2020005, acessado em 10/Fev/2008), que até o ano de 2004 não possuíam um serviço de patologia bucal no laboratório público (MT Laboratório), e nem mesmos um sistema de referência e contra referência para os casos suspeitos de câncer de boca.”

“falta de um sistema de atenção ao câncer de boca no estado corroborou em tese, para o que se apresentassem no Hospital do Câncer de Mato Grosso (HCMT), pacientes com câncer de boca sem diagnóstico prévio e clinicamente em estádios avançados (estadiamento III e IV) 6. Este fato torna-se preocupante quando se analisam estudos como o de Leite & Koifman 7, que ao estudarem a sobrevida dos pacientes com câncer de boca no INCA, no Rio de Janeiro, verificaram a correlação entre o estádio clínico e mortalidade, onde 18,1% dos pacientes no estádio I morreram, sendo que esta taxa sobe para 65,4% nos pacientes em estádio IV. Diante desses fatos, a detecção precoce do câncer de boca pela rede básica de saúde deve ser seriamente considerada 8. A universalização do acesso aos meios de diagnóstico possibilitará a intervenção precoce ao câncer de boca.”

“Neste estudo os dados epidemiológicos mostraram a assimilação, por parte das unidades de saúde, do serviço de patologia bucal do MT Laboratório, que aumentou sua rotina em 269%. O registro do câncer de boca no MT Laboratório aumentou em 266% entre 2005 e 2006. Os homens em idade produtiva foram os mais acometidos pelo câncer de boca. A maioria dos pacientes procedia do interior do estado. Conclui-se com este estudo que em dois anos de funcionamento o serviço público de patologia registrou um considerável número de casos de câncer de boca.”

Gincana Genética: Tarefa 03 - Fichamento 7


Resolutividade da campanha de prevenção e diagnóstico precoce do câncer bucal em São Paulo, Brasil

Ficha de Citações por Ícaro Meneses

Leopoldo, J. F. A.; Natasha, T. T.; Wünsch, V. F.; Rev Panam Salud Publica vol.21 no.1 Washington Jan. 2007

 

“Na Cidade de São Paulo, nas duas últimas décadas, a mortalidade por câncer bucal manteve-se estacionária, porém elevada (1). No Estado, a incidência desse tipo de câncer também é elevada em relação a outros contextos urbanos no país e no exterior, sendo o sofrível perfil de sobrevivência dos pacientes associado ao retardo no diagnóstico (2). Em 2005, o Instituto Nacional de Câncer estimou, para o Estado de São Paulo, a incidência de 17,77 casos de câncer de cavidade oral para homens e 5,59 para mulheres (taxas brutas por 100 000 habitantes) (3). A partir de 2000, a mortalidade por câncer de boca (incluindo faringe) tem sido em média 6,95 para homens e 1,20 para mulheres (taxas brutas por 100 000 habitantes) residentes no Estado. Quando considerada apenas a faixa etária de 60 anos ou mais, esses números sobem para 40,77 e 7,74, respectivamente (4).”

“No Brasil, a prevenção primária do câncer de boca consiste fundamentalmente em programas e medidas de combate ao consumo de tabaco e álcool, num esforço integrado de promoção da saúde que visa à redução de vários outros agravos. O exame visual da boca para detecção precoce de lesões cancerizáveis e tumores não sintomáticos é uma estratégia de prevenção secundária intuitiva e atraente, a partir da qual se espera viabilizar o diagnóstico da doença em seus estágios iniciais e, assim, possibilitar um melhor prognóstico por meio da pronta e efetiva intervenção terapêutica. Com o objetivo de integrar os dois níveis de prevenção, foi implementada, em 2001, no Estado de São Paulo, uma campanha anual de prevenção (medidas educativas e de orientação) e diagnóstico precoce (visual) de lesões suspeitas de câncer bucal.”

“Embora o diagnóstico de tumores de boca em estágio inicial implique um melhor prognóstico para os pacientes (5), as evidências epidemiológicas não têm dado suporte a iniciativas de rastreamento de câncer bucal, uma vez que os estudos sobre medidas terapêuticas associadas a esses programas não permitiram conclusões definitivas a respeito de benefícios quantificáveis (6, 7). Seria ineficaz indicar procedimentos de rastreamento para o câncer bucal, principalmente em contextos com recursos escassos para as ações de saúde (8). Não obstante, os organismos de saúde do Canadá e dos Estados Unidos consideram recomendável a realização periódica de exames bucais para pessoas com mais de 60 anos, fumantes e com perfil de consumo elevado de bebidas alcoólicas (6, 7, 9). Um recente estudo de base populacional para avaliar o impacto do exame visual da cavidade bucal sobre o câncer oral na Índia mostrou que esse tipo de rastreamento pode, efetivamente, reduzir a mortalidade em grupos de alto risco (10).”

“O estudo de resolutividade dos esforços de rastreamento do câncer bucal é complexo e envolve múltiplas dimensões. O primeiro e principal objetivo do rastreamento é identificar casos suspeitos e possibilitar a rápida aplicação de recursos laboratoriais visando a confirmar ou rejeitar a suspeita diagnóstica. Portanto, a avaliação dessas campanhas deve incluir a verificação quanto ao seguimento dos pacientes encaminhados para a realização de procedimentos diagnósticos e tratamento imediato ou, afastada a suspeita de câncer, tratamento adequado das lesões de tecido mole da boca.”

“Considerando a necessidade de conscientizar a população sobre os riscos relacionados ao câncer bucal e de efetivar uma estratégia de diagnóstico precoce de casos da doença, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo implementou, em 2001, a participação de cirurgiões-dentistas nas campanhas anuais de vacinação de idosos contra a gripe. Desse modo, os profissionais de saúde têm acesso a um contingente da população em faixa etária de risco mais elevado para a doença. Nesse contato, os profissionais de saúde buscam prover orientações quanto à prevenção e redução do consumo de tabaco e bebidas alcoólicas e realizar exames bucais para a detecção de lesões de tecido mole da boca, além de avaliar a condição e a necessidade de próteses dentárias.”

 “Com base nesses dados, o Centro Técnico de Saúde Bucal da Secretaria de Estado da Saúde estimou que, de 238 087 exames bucais realizados no Estado durante a campanha de 2004, 92 casos de câncer de boca podem ter sido diagnosticados, embora nenhuma inferência possa ser feita sobre o estadiamento dos tumores detectados. A Secretaria presumiu ainda que 88 dos casos rastreados de câncer de boca (96%) teriam iniciado o tratamento em 2004. Um total de 1 070 pessoas não seguiu a orientação de encaminhamento para elucidação diagnóstica. Dentre os que atenderam o encaminhamento, não foi registrado o seguimento de 875 casos. Para 36 pessoas, não se conseguiu identificar serviços de referência, e para 77 pessoas outros motivos teriam impedido a resolução do problema.”

“Todos esses aspectos devem ser considerados na discussão sobre a resolutividade da campanha de prevenção e diagnóstico precoce do câncer bucal em idosos e sua possível extensão nos próximos anos. Os resultados aqui informados são parte da reflexão necessária para que a realização dessa campanha, assim como a proposição de sua ampliação, não se fundamentem apenas em uma expressão voluntarista e na falsa percepção de que qualquer atividade de saúde pública é válida para o controle do câncer bucal na população.”

Gincana Genética: Tarefa 03 - Fichamento 6


ESTUDO DA DRENAGEM LINFÁTICA E EFICÁCIA DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA NA DETECÇÃO DE METÁSTASES LINFONODAIS EM PACIENTES CLINICAMENTE COM CARCINOMA ESPINOCELULAR DE BOCA E OROFARINGE

Ficha de Citações por Ícaro Meneses

Regina, A. da S. F.; Nóbrega, E. P. L.; Paes, O. de A.; Paulo, L. K.; Radiol. Bras vol.35 no.2 São Paulo Mar. 2002

 

“O exame clínico não é suficiente para avaliar, com precisão, o envolvimento linfonodal em carcinomas de boca e orofaringe. Avaliamos 21 pacientes portadores de carcinoma espinocelular de boca e orofaringe, estadiados clinicamente como N0. Em todos os pacientes foi feita tomografia computadorizada de face e pescoço, e linfocintilografia. A sensibilidade e a especificidade da tomografia computadorizada foram de 16% e 73% para o lado homolateral, e 0% e 90% para o contralateral, respectivamente. Drenagem linfática foi vista em 76,2% dos casos. A não-migração ocorreu em casos de difícil injeção do radiofármaco, como fossa amigdaliana e região retromolar. A migração bilateral ocorreu apenas em casos de soalho bucal, em que havia envolvimento da linha mediana. A partir desses resultados conclui-se que a tomografia computadorizada foi menos eficiente que o exame clínico. Porém, o tomógrafo utilizado foi o não-helicoidal e, portanto, a eficácia do tomógrafo helicoidal não foi avaliada. A linfocintilografia foi útil na avaliação de pacientes clinicamente N0 e estamos utilizando o método para avaliar linfonodo sentinela nos carcinomas de boca.”

“O câncer de boca e orofaringe mais freqüente é o carcinoma espinocelular. A disseminação metastática destes tumores se dá, na maioria das vezes, pelos vasos linfáticos. Portanto, linfonodos cervicais têm alto risco de conter metástases, sendo este o fator prognóstico mais importante, levando à redução da probabilidade do controle regional da doença e diminuição da sobrevida destes pacientes(1,2).”

“Apenas o exame clínico não é suficiente para avaliar o envolvimento local e as metástases regionais. Principalmente em casos de pescoços clinicamente negativos, a falha do exame clínico em detectar metástases em linfonodos pode chegar a 40%(3,4). Por outro lado, temos pacientes clinicamente N0 que não têm metástases no exame histopatológico ou que são estadiados incorretamente (falso-positivos), que recebem tratamentos desnecessários, causando efeitos cosméticos e funcionais indesejáveis e aumento da morbidade(5,6). Determinar se a dissecção eletiva do pescoço será benéfica para o paciente continua sendo importante dilema clínico.”

 “A linfocintilografia atualmente é usada para verificar as vias de drenagem e localização de linfonodos sentinelas. São poucos os estudos do método no carcinoma espinocelular de boca e orofaringe, mas sabe-se que em melanomas e tumores de mama os resultados são muito satisfatórios(11,12). O carcinoma espinocelular de boca e orofaringe possui drenagem linfática profunda e complexa, sendo, portanto, mais difícil de ser avaliado pela linfocintilografia.”

"Este estudo mostrou que a drenagem linfática em pacientes clinicamente N0 foi registrada na maioria dos casos. A presença de micrometástases não impediu a migração do radiofármaco na maioria dos casos. Tumores do soalho bucal mostraram predominantemente drenagem bilateral, sendo que a não-migração do radiofármaco se deu em casos localizados em regiões de maior dificuldade de injeção A linfocintilografia pode ser útil na avaliação de pacientes clinicamente N0, e atualmente estamos utilizando-a para detecção de linfonodos sentinelas em carcinoma de boca e orofaringe. A TC foi menos eficiente que o exame clínico na avaliação de linfonodos metastáticos. Entretanto, os tomógrafos helicoidais são os mais indicados para avaliação do pescoço, embora sua eficácia na determinação de metástases linfonodais precise ser mais bem avaliada no Brasil."

Gincana Genética: Tarefa 03 - Fichamento 5


Características epidemiológicas de casos de câncer de boca registrados em hospital de Uberaba no período 1999-2003: um alerta para a necessidade de diagnóstico precoce

Ficha de Citações por Ícaro Meneses

Cassimiro, G. de A. D.; Araújo, G. P.; Carolina, A. D’A. O.; Rev. bras. epidemiol. vol.11 no.4 São Paulo Dec. 2008

 

“Foi realizado estudo de 101 casos de carcinoma epidermóide de boca registrados em Hospital de Uberaba, no período de 1999 a 2003. Informações sobre sexo, idade, cor de pele, nível instrucional, tabagismo, etilismo, uso de prótese, localização da lesão, estado da doença ao final do seguimento, estádio clínico e origem do encaminhamento foram obtidos dos prontuários e analisados estatisticamente pelos testes de correlação linear, Qui-quadrado, t-Student e Kaplan-Meier. A relação homem/mulher foi de 3,8:1. A faixa etária prevalente foi de 50 a 60 anos, com a idade média de 58,55 anos para o sexo masculino e 54,66 anos para o sexo feminino; 88,12% eram caucasianos. A língua foi a localização anatômica mais freqüente; 74,48% estavam nos estádios III e IV. A sobrevida em 5 anos foi de 38,71%. Os baixos índices de sobrevivência e o grande percentual de estádios III e IV refletem a necessidade de uma maior atenção ao câncer bucal nessa população.”

“A denominação "câncer de boca" inclui várias localizações primárias de tumor (códigos C00 a C06 da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde/Décima Revisão -CID 10)11,12. Quanto à localização primária, estudos indicam que a região anatômica mais comum de envolvimento do carcinoma bucal é a língua3,7,13. Quanto ao encaminhamento, alguns autores observaram que os profissionais médicos foram os que mais encaminharam pacientes com tumores bucais e de orofaringe(5,14.”

“Há um sistema de estadiamento clínico que foi desenvolvido segundo a classificação da International Union Against Cancer- UICC15. Este sistema, conhecido como TNM, tem como base a avaliação da dimensão do tumor (T), a extensão da disseminação em linfonodos regionais (N) e a presença ou não de metástase à distância (M). A combinação das diversas variantes de T, N e M determinam os estádios que variam de I a IV. A divisão de casos de câncer em grupos, de acordo com os estádios, deveu-se ao fato de as taxas de sobrevivência serem maiores nos casos em que a doença estava localizada e menores quando havia se estendido além do órgão de origem15.”
“De acordo com o Ministério da Saúde, Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), Morbidade Hospitalar do SUS, por local de residência, de 1999-2003, temos as seguintes taxas de mortalidade para neoplasia maligna do lábio, cavidade oral e faringe, no período supra-citado (relacionando-se a quantidade de óbitos sobre o número de Autorizações de Internações Hospitalares- [AIH] pagas, vezes 100): a região Sudeste do Brasil apresentou taxa de mortalidade por região, de 11,34, enquanto para o Estado de Minas Gerais, verificou-se a taxa de 9,1420. Cumpre ressaltar que, na região Sul do Triângulo Mineiro, no mesmo período, o valor da taxa de mortalidade, por Macrorregional de Saúde, foi de 9,94 (valor superior ao do Norte do Triângulo Mineiro que apresentou o valor de 7,04)21. A macrorregional de Uberaba, no mesmo período, apresentou a taxa de mortalidade de 11,0921. Diante do exposto, julgou-se de interesse da saúde pública proceder um estudo epidemiológico em Uberaba-MG , no período de 1999 a 2003.”

“A estimativa da probabilidade de sobrevida em relação ao encaminhamento profissional (médico e cirurgião-dentista) não foi possível devido ao pequeno número de eventos, o que não permite uma análise evolutiva a partir do encaminhamento profissional.”

“A maioria dos que se concentravam no estádio T4 evoluiu para o óbito (63,04%). A taxa global de sobrevida em 5 anos foi de 38,71%, e o tempo mediano de sobrevida foi de 23 meses. É necessária uma maior atenção ao câncer bucal nessa população, com intervenção dos profissionais de saúde e órgãos públicos para que se possa estabelecer o diagnóstico precoce dessas neoplasias para o tratamento.”

Gincana Genética: Tarefa 03 - Fichamento 4


Perfil da incidência e da sobrevida de pacientes com carcinoma epidermóide oral em uma população brasileira

Ficha de Citações por Ícaro Meneses

Roberto, L. de O.; Ribeiro, A. S.; Zucolotto, S.; J. Bras. Patol. Med. Lab. vol.42 no.5 Rio de Janeiro Oct. 2006


“Dos 340 pacientes 84,4% eram homens e 15,6%, mulheres (5,4:1). As lesões linguais foram as mais freqüentes (27,9%). Vinte por cento dos pacientes relataram traumatismo por prótese e em 73,8% das lesões em lábio inferior foi relatada exposição actínica desprotegida. Não houve diferença entre as regiões anatômicas e o consumo de tabaco em relação a recidivas, metástases regionais e metástases à distância. O tempo médio de história pregressa foi de 13 meses, havendo diferença entre as regiões anatômicas. A sobrevida em cinco anos foi de 24%. A sobrevida dos pacientes com recidivas e/ou metástases variou conforme a idade analisada (< 60 ou > 60 anos), mas não houve diferença quanto à história pregressa e às regiões anatômicas. A discrepância homem/mulher encontrada foi alta, diminuindo conforme o aumento da idade. O consumo de tabaco e álcool é elevado nessa população, mas não influenciou as recidivas e as metástases da doença. Foi grande o tempo de evolução das lesões até a procura pelo serviço.”

“A maioria dos estudos envolvendo lesões orais não separa as regiões específicas dentro da cavidade oral. No entanto, as localizações mais comuns relatadas são terço anterior da língua, lábios, assoalho bucal e palato duro(14). É de fundamental importância a distinção da região da orofaringe, que inclui palato mole, base da língua, região tonsilar e faringe posterior, onde as características clínicas, o prognóstico da lesão e a sensibilidade à radioterapia são distintos(14, 34).”

“De acordo com as estatísticas mundiais, no ano 2002, aproximadamente 274 mil novos casos de câncer bucal foram diagnosticados e cerca de 128 mil pacientes foram a óbito por esse tipo de neoplasia. A região de maior incidência é a Melanésia (31,5 casos por 100 mil homens e 20,2 casos por 100 mil mulheres), seguida pelo Sul da Ásia (12,7 casos por 100 mil homens e 8,3 casos por 100 mil mulheres)(35).”

“No Brasil, o câncer de boca é o oitavo tipo de câncer mais freqüente entre os homens (9.985 casos estimados/ano) e o nono entre as mulheres (3.895 casos estimados/ano)(17) e suas taxas de incidência e mortalidade vêm aumentando, sendo consideradas das mais altas do mundo. Para o ano de 2005, segundo estimativas do INCA, cerca de 14 mil novos casos seriam diagnosticados, sendo 60% deles na Região Sudeste(17).”

“O estado de São Paulo possui uma das maiores taxas brutas de incidência no país para cada 100 mil habitantes, sendo de 17,77 e 5,59 para os gêneros masculino e feminino, respectivamente(17). Além disso, concentra 32% e trata cerca de 42% de todos os casos de câncer bucal do país(17). Já a cidade de São Paulo possui a maior taxa de incidência do continente americano, com 25,3 e 4,9 para os gêneros masculino e feminino, respectivamente(51).”

“Os resultados obtidos acompanham outros estudos nacionais, onde Pithan et al.(39) encontraram 400 casos em 26 anos de estudo e Souza et al.(45) estudaram 654 casos num período de 22 anos. Em um outro estudo retrospectivo de 11 anos(13) foi relatada a ocorrência de 740 casos. No entanto, esses estudos incluem também algumas lesões em orofaringe, como palato mole e base de língua.”

“Os baixos índices de sobrevida encontrados refletem a necessidade de maior atenção ao câncer bucal nessa população. A investigação do perfil e da sobrevivência dos pacientes de acordo com as regiões anatômicas específicas fornece bases científicas para orientar campanhas de prevenção educativas para o diagnóstico precoce e tratamento dessa doença, que quase sempre começa num local de fácil visualização e inspeção para o próprio paciente.”

Gincana Genética: Tarefa 03 - Fichamento 3


Caracterização do diagnóstico tardio do câncer de boca no estado de Alagoas

Ficha de Citações por Ícaro Meneses

Carlos, L. O. Dos S.; Medeiros, O. B.; Cristina, M. T. C.; Braz. j. otorhinolaryngol. (Impr.) vol.76 no.4 São Paulo July/Aug. 2010

 

“O câncer de boca, no Brasil, ainda apresenta altos níveis de incidência e mortalidade, com diferentes características da doença no território nacional. A maioria dos casos é diagnosticada tardiamente, porém há uma grande chance de cura quando tratado no início.”
“É através da epidemiologia que se pode afirmar que o câncer bucal é uma doença de alta incidência no mundo que vem sendo considerada como problema de saúde pública e que a prevenção e o diagnóstico precoce constituem as melhores formas de reverter essa situação2.”

“A boca é um sítio anatômico de fácil acesso para exame, permitindo que cirurgiões-dentistas, médicos generalistas ou o próprio paciente, através do autoexame, possam visualizar diretamente alterações suspeitas, principalmente nos estágios iniciais, levando ao diagnóstico precoce. No entanto, na maioria dos casos o diagnóstico é feito tardiamente3,4.”

“O estado de Alagoas vem apresentando um crescente número de novos casos de câncer acompanhados de diagnósticos realizados tardiamente e dificuldades de acesso aos tratamentos, 110 novos casos só de câncer bucal para 20085, deste modo, aumentando cada vez mais o número de pacientes que se enquadram no que se denomina de "pacientes fora de possibilidades terapêuticas" (FTP). Estes pacientes geralmente são encaminhados para suas casas, e padecem até a morte com dor e outros sintomas decorrentes da progressão da doença6.”

“Os pacientes mais atingidos foram do gênero masculino, melanoderma, faixa etária acima dos 60 anos, trabalhadores rurais, tabagistas e etilistas.”
“Existe um grande número de pacientes com lesões em estádios avançados; provavelmente porque as lesões iniciais são assintomáticas e também, pelas inúmeras dificuldades de natureza social e desconhecimento.”

“O atraso no diagnóstico do câncer de boca ocorreu mais pela ignorância por parte dos pacientes, que pelos profissionais, apesar de ter sido detectado um índice significativo em relação ao desconhecimento e despreparo do profissional em relação às lesões suspeitas da boca, o que dificulta o encaminhamento dos pacientes.”

“O número de pacientes que procurou o médico generalista foi maior do que o número que procurou o médico especialista ou o dentista, geralmente profissionais que não reconhecem os sinais e sintomas do câncer, consequentemente atrasando o encaminhamento dos indivíduos.”

Gincana Genética: Tarefa 03 - Fichamento 2


Alterações da saúde bucal em portadores de câncer da boca e orofaringe

Ficha de Citações por Ícaro Meneses
  
Perrella, C. de R.; Barboza, M. R.; Henrique, C. D.; Aparecido, R. D.; Rapoport, A.; Rev. Bras. Otorrinolaringol. vol.74 no.4 São Paulo July/Aug. 2008


“Os dois principais fatores de risco relacionados ao câncer da boca são o hábito de fumar e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Existe um efeito sinérgico entre esses fatores e uma relação diretamente proporcional com a quantidade e tempo de exposição. Entretanto, outros fatores têm sido associados ao desenvolvimento do câncer da boca e orofaringe, incluindo agentes biológicos, como o papiloma vírus humano (HPV), higiene oral precária, história pregressa de neoplasia do trato aerodigestivo e exposição excessiva à luz ultravioleta (câncer do lábio). A grande maioria dos cânceres de boca é diagnosticada tardiamente. Para um diagnóstico precoce, está indicado o auto-exame ou o exame periódico por profissionais.”

“As recomendações nacionais indicam que sejam estimuladas a higiene oral e visitas regulares ao dentista como medidas de prevenção. O exame clínico cuidadoso da boca deve ser realizado em todas as consultas, mesmo que a queixa principal não se concentre nessa topografia. Nos indivíduos de maior risco (tabagistas e etilistas), o exame da boca deve ser sistemático e indivíduos com lesões suspeitas devem ser imediatamente encaminhados à consulta especializada em centros de referência para realização dos procedimentos diagnósticos necessários4.”

“Como o diagnóstico precoce não tem logrado avanços, a forma mais adequada seria a diminuição de exposição aos fatores de risco. Dessa forma, é importante o achado de doença inflamatória e traumatismos bucais na população geral e portadora de câncer de boca5-8.”
“A definição de saúde oral não é consenso na literatura e pode-se considerar que um paciente apresenta condições inadequadas de saúde bucal quando se encontra qualquer espécie de processo inflamatório, infeccioso ou traumático e má higiene9. Dentre os processos traumáticos, destaca-se a ação de próteses mal ajustadas e a presença de dentes fraturados10, com predomínio de lesões traumáticas localizadas em língua, na região gengivo-jugal e palato11.”

“Os resultados permitem concluir pela presença de associação de doença periodontal e câncer da boca e orofaringe, com maior severidade observada em portadores de câncer e sem relação com hábitos de higiene ou condição dentária. Estudos longitudinais e com inclusão de outras variáveis, como estadiamento, estado nutricional e hábitos, devem ser realizados para que esta associação fique mais evidente e possa ser determinado o papel da doença periodontal como fator de risco para o câncer.”